sexta-feira, 30 de julho de 2010

Introdução:


Quis Deus dar o dom sobrenatural da 
 preservação que desafia as leis naturais em alguns casos de provada santidade, com motivo de fortalecer nossa fé e aumentar a memória desse modelo de fé.

A incorruptibilidade é a única forma de preservação q
ue não obedece a nenhuma lei, pois não depende nem da forma, nem da temperatura, nem do lugar de enterro.

O mistério da preservação vem também da mão de tais fenômeno com a preservação do sangue, ou a emanação de suaves óle
o aromático que quase fica desnecessário dizer: jamais se foi encontrado em corpos preservados deliberada o acidentalmente.

Estes corpos nem mesmo se vêm afetados pelo tempo esperado para o enterro após a morte, nem pela umidade das tumbas, nem pela falta de cuidados que houve em alguns casos, nem pelas frequentes translados, por estar cubertos com cal viva, ou por sua proximidade com corpos em descomposição, todos elementos rovocadores da putrefação.









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Santa Catarina Labouré


Muito conhecida e apreciada é a Medalha Milagrosa da Imaculada Conceição. Foi Nossa Senhora mesma que a mostrou e propagou por intermédio de uma religiosa, irmã de caridade ou vicentina, Catarina Labouré. Nasceu perto de Tijon, na França em 02 de maio de 1806 e recebeu no batismo o nome de Zoé. Já desde pequena teve o desejo de consagrar a vida a Deus. Como a mãe lhe tivesse morrido cedo, o pai julgou não poder deixar ir a filha ao convento. Para retê-la no mundo, mandou-a a Paris. Ali Zoé ainda mais desgostou do mundo e de suas vaidades. O pai, vendo que ela era firme na vocação religiosa, consentiu que entrasse no convento das Vicentinas. Tinha ela então 24 anos e foi chamada Irmã Catarina.

Feito o noviciado, foi mandada a um hospital em Paris onde serviu a Deus até a sua morte durante 45 anos.
Foi em no ano de 1830 que Nossa Senhora lhe apareceu mostrando-lhe a Medalha Milagrosa e mandou que a propagasse. Encontrou primeiro resistência até do seu diretor espiritual, mas afinal as autoridades eclesiásticas convenceram-se da verdade das aparições. Muitos milagres, curas de doentes e conversões foram feitas pela Medalha Milagrosa.

Catarina, porém, desejava ficar oculta; como São João Batista, a respeito de Jesus dizia: " Ele deve crescer, e eu diminuir", assim Catarina desejava: "Maria deve crescer e eu diminuir" . Mas Deus e Maria Glorificaram a fiel serva: Foi ela beatificada por Pio XI em 28 de maio de 1933, domingo entre Ascensão de Nosso Senhor e Pentecostes e solenemente canonizada por Pio XII em 27 de julho de 1947.

Seu corpo permanece incorrupto e encontra-se exposto na Capela de Notre Dame, na França. (Visite a Capela das aparições, onde encontra-se depositado o corpo de Santa Catarina acesando - http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com/PO/B3.asp ).

Reflexões:
Que rica e preciosa é pois a Santa Medalha que a nossa Mãe do céu nos veio trazer em 1830! E como a devemos estimar e apreciar! Mas crescerá muito mais a nossa estima se soubermos compreender as lições que Maria Santíssima nos quis dar na mesma Medalha; ei-las em resumo: No anverso vemos a imagem de Nossa Senhora, toda bela, toda bondosa, com as mãos carregadas de raios luminosos, os quais segundo Ela mesma disse, representam as graças que derrama sobre as pessoas que lhas pedem, e toma cuidado de nos dizer como devemos pedi-las, ensinando-nos a oração: " Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós".

Referência bibliográfica: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. Reflexões por Página Oriente.com
Incorrupção do corpo - http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com/PO/B3.asp (Capela de Notre Dame)

Santa Catarina de Bolonha



Santa Catarina é também conhecida como Catarina de Virgi ou Vigni. Nasceu em 8 de setembro de 1413 em Bolonha, Itália, sendo ela filha de um diplomata a serviço do marquês de Ferrara. Diz a tradição que seu pai recebera em visões o anúncio do nascimento da filha. Quando completou 11 anos de idade, foi escolhida para ser a dama de companhia da recém casada filha do marquês, compartilhando com ela o seu aprimoramento educacional. Isso durou até completar 14 anos, idade em que decidiu abandonar a corte para abraçar a vida religiosa. Ingressou na Ordem Franciscana como Irmã das Clarissas Pobres, onde obteve sucessivos progressos espirituais e admiração por ser fiel cumpridora dos preceitos de Deus e da Igreja. Por sua conduta exemplaríssima tornou-se uma das grandes santas da Idade Média. Através da intercessão do Papa Nicolau V foi erigida uma clausura no convento das Clarissas em Ferrara, onde Catarina foi eleita Madre Superiora. Gozava de grande reputação pela vida austera e piedosa, não só diante da comunidade, mas do próprio Papa Nicolau V. Foi também responsável pelo estabelecimento de um convento de Clarissas Pobres em 1456, na cidade de Bolonha, onde assumiu o cargo de Abadessa.
Mística, profetisa e visionária, glorificava a Deus operando grandes milagres em Seu nome. Também era pintora e decifrava manuscritos como que iluminada por um anjo. Conta-se que num dia de Natal recebeu uma visão de Jesus nos braços de Maria. Desta visão que teve, Catarina pintou em um quadro que se encontra atualmente no Museu do Vaticano.
Faleceu em 9 de março de 1463 em Bolonha, Itália e foi enterrada sem caixão e não foi embalsamada. Após dezoito dias depois, decidiram exumar seu corpo devido a inúmeros milagres que ocorriam junto de sua tumba, bem como pelo odor de perfume que exalava constantemente de seu túmulo, ocasião em que seu corpo foi encontrado incorrupto. Diante disso foi chamado o doutor Maestro Giovanni Marcanova, que examinou o corpo e não pode explicar o fato. Assim, decidiram vestir seu corpo com novo hábito e o colocaram em uma cadeira, sentado, junto a uma capela especial, mantendo-se incorrupto até hoje, portanto, por mais de 540 anos. Nas últimas décadas, foram e ainda são realizadas a cada dois anos, radiografias da coluna vertebral e as análises até o momento comprovam que não houve deterioração ou desvio da coluna, que se mantém perfeitamente ereta como a de uma pessoa adulta, sustentando o corpo e a cabeça. O que se observa apenas é a mudança da coloração da pele, que hoje apresenta-se na cor marrom.
A arte litúrgica a apresenta como uma Clarissa pobre carregando o Menino Jesus ou em um trono com um livro em uma das mãos e na outra uma cruz, aludindo a imagem que se vê em seu corpo incorrupto. Escreveu um livro intitulado: “ Tratado em armas espirituais” e “Revelações”.
Foi canonizada em 22 de maio de 1712 pelo Papa Clemente XI e é padroeira da Academia de arte de Bolonha, dos pintores e das artes liberais.
Oração:
Senhor Deus, que enriquecestes Santa Catarina de Bolonha de dons celestes, concedei-nos imitar as suas virtudes na terra e participar com ela das alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo.
Fontes:

Santa Bernardete Soubirous


A santíssima Mãe de Deus, para conferir aos homens mais uma de suas infinitas graças, e para confundir o que no mundo se julga forte, escolheu um instrumento, à preferência de outros, débil, segundo a divina economia que São Paulo exalta: "Deus escolheu o que é fraco no mundo, para confundir os fortes" (1Cor 1,27). Este instrumento era Bernarda Soubirous, nome hoje caríssimo e celebérrimo no mundo inteiro, mas naquele tempo, quando apenas quinze anos contava, de todos desconhecida.

Nascida em Lourdes, região montanhosa dos Pirineus, a 7 de janeiro de 1844, filha de Francisco e Ludovica Casterot, dois dias depois foi batizada e recebeu o nome de Maria Bernarda. Vivendo pobremente e por algum tempo empregada em tomar conta do gado, crescia sem alguma doutrina humana, mas em suavíssima simplicidade de costumes e admirável candura de espírito, querida por Deus e pela Santíssima Virgem Mãe. Maria observou a humildade de sua filha e dignou a inocente menina , entre 11 de fevereiro a 16 de julho de 1858, de 18 aparições e de celeste colóquio.

Na época, o bispo local, que inicialmente duvidara da versão da inculta menina, que afirmava as aparições, pôs ela à prova e pediu para que, na próxima aparição, perguntasse à ela qual o seu nome. Bernardete, cumprindo o pedido do bispo, esclareceu à Virgem a indagação do bispo, no que Nossa Senhora respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição". Ao retornar, o bispo ouviu estupefato a resposta da menina, já que tratava-se de um dogma recém proclamado, o dogma da "Imaculada Conceição" firmado há menos de quatro anos por Pio IX (1854) que, pelas dificuldades de comunicação da época, estava restrito ao conhecimento ainda dos setores mais elevados da Igreja.

Nesta, tão célebre aparição e ilustrada por Deus por tantos sinais, pode-se notar um tríplice carisma, conferido à piedosa jovem. Chamamo-la antes de tudo: Vidente, porque diante de numeroso povo, arrebatada em êxtase, foi maravilhosamente deliciada com o bondoso aspecto da Virgem. Chamamo-la de Mensageira da Virgem ao mundo, porque por ordem de Maria pregou penitência e oração ao povo; mandou aos sacerdotes, que naquele lugar construísse um Santuário; predisse a todos a glória, a santidade e os futuros benefícios do mesmo lugar. Por fim vemos nela a Testemunha da Verdade, porque a muitos contradizentes, com o máximo candor de simplicidade, junto com suprema prudência do mandamento confiado da Virgem, com admiração de todos os eclesiásticos e de juízes seculares.

Todas estas coisas levadas ao termo por divino impulso por uma ignorante e inculta menina, Deus a leva longe para a solidão de um convento, e quase desprezada pelo mundo, preparou-se para coisas mais admiráveis, para que, pregada na cruz com Cristo e com ele quase sepultada, atingisse profundamente na humildade a vida interior sobrenatural e, um dia na luz da santidade ressurgindo ao mundo, com este estábil testemunho da santidade unisse nova glória ao Santuário de Lourdes. Por isto, obedecendo ao chamamento de Deus, em julho de 1867 se transferiu para Nevers, para iniciar a vida religiosa na Casa-Mãe das Irmãs da Caridade e instrução cristã. Terminado o noviciado no mesmo ano, fez os votos temporais e onze anos depois os perpétuos.

Admiravelmente fulguraram nela as virtudes, mas sua alma virgem foi principalmente adornada daquelas que mais convinha à discípula predileta da Virgem Maria: Humildade profunda, terníssima pureza e ardente caridade. Provou-as e aumentou-as com as dores de uma longa enfermidade e angústias de espírito que a atormentaram suportando-as com suma paciência. Na mesma casa religiosa a humildíssima virgem ficou até a morte, que depois de recebidos os sacramentos da Igreja, invocando sua dulcíssima Mãe Maria, descansou santamente a 16 de abril de 1879, no trigésimo sexto ano de idade, e duodécimo de vida religiosa. Tendo ficado até este ponto como debaixo do alqueire da humildade, com a morte tornou-se resplandecente a todo o mundo. Debaixo do pontificado de Pio X, em 1923, foi iniciado o processo de sua beatificação. A 14 de julho de 1925 o Papa Pio XI lançou o nome da serva de Deus nos fatos dos bem-aventurados. Em contemplação aos grandes e inegáveis milagres, que Deus se dignou operar por sua serva, a causa foi reassumida em junho de 1926 e levada ao fim em 2 de julho de 1933.

"Os acontecimentos que então se desenrolaram em Lourdes e cujas proporções espirituais melhor medimos hoje, são-vos bem conhecidos. Sabeis, caros filhos e veneráveis irmãos, em que condições estupendas, apesar de zombarias, de dúvidas e de oposições, a voz daquela menina, mensageira da Imaculada, se impôs ao mundo. Sabeis a firmeza e a pureza do testemunho, experimentado com sabedoria pela autoridade episcopal e por ela sancionado desde 1862. Já as multidões haviam acorrido e não têm cessado de precipitar-se para a gruta das aparições, para a fonte milagrosa, para o santuário elevado a pedido de Maria.

É o comovente cortejo dos humildes, dos doentes e dos aflitos; é a imponente peregrinação de milhares de fiéis de uma diocese ou de uma nação; é a discreta diligência de uma alma inquieta que busca a verdade... Dizíamos nós: "Jamais num lugar da terra se viu semelhante cortejo de sofrimento, jamais semelhante irradiação de paz, de serenidade e de alegria!. E, poderíamos acrescentar, jamais se saberá a soma de benefícios de que o mundo é devedor à Virgem auxiliadora! "Ó gruta feliz, honrada pela presença da Mãe de Deus! Rocha digna de veneração, da qual brotaram abundantes as águas vivificadoras!" (...) Estes cem anos de culto mariano teceram, ademais, entre a Sé de Pedro e o santuário pirenaico laços estreitos, que nos apraz reconhecer. A própria virgem Maria não desejou essas aproximações? "O que em Roma, pelo seu magistério infalível, o sumo pontífice definia, a Virgem Imaculada Mãe de Deus, a bendita entre as mulheres, quis, ao que parece, confïrmá-lo por sua boca, quando pouco depois se manifestou por uma célebre aparição na gruta de Massabielle".

Certamente, a palavra infalível do pontífice romano, intérprete autêntico da verdade revelada, não necessitava de nenhuma confirmação celeste para se impor à fé dos fiéis. Mas com que emoção e com que gratidão o povo cristão e seus pastores não recolheram dos lábios de Bernardete essa resposta vinda do céu: "Eu sou a Imaculada Conceição"! " (Trecho da Carta Encíclica do Papa Pio XI - durante o centenário das aparições da SS. Virgem em Lourdes - 02 de julho de 1957) Reflexões: Bernardete, cavando o solo com os seus dedos afiados, fazia surgir, pela graça de Nossa Senhora, uma fonte de água do milagre, o mais fecundo capítulo da apologética moderna. Recebeu um ministério novo, confiado a todos os Santos. Cada um deles, porém, tem as suas características. As de Bernadete são a sua pequenez engrandecida pela força e pelo amor de Cristo.

A sua condição humilde de ontem, elevada hoje, à distribuidora de grandes lições ao gênero humano. Mostrou-nos ela a Rainha dos Santos; hoje começa a ensinar-nos o espírito de santidade. Já não é o sobrenatural acima de nós, mas dentro de nós. Já não nos convida a irmos às bordas do Gave beber da água milagrosa; o seu apelo é para que vamos ao grande rio sacramental, onde as almas bebem a santidade; e para que consideremos como a humanidade se refaz, se nobilita, se sublima, modelada em Cristo. A sua voz dir-nos-á de futuro: Vêde, homens pequeninos, materializados em gozos efêmeros, o que pode a ignorância, a humildade de uma camponesa iletrada, transformada pelo Espírito Santo. É talvez mais bela esta segunda missão do que a primeira. Depois de nos revelar a Virgem, mostra-nos o Espírito Divino. Com uma diferença: é que a Virgem vimo-la através dos olhos dela; o Espírito vemo-la nela própria.

Referência bibliográfica: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959 e site do Vaticano - www.vatican.va

Beato Stefano Bellezini


Nasceu em Trento, em 25 de novembro de 1774. Aos 18 anos vestiu o hábito agostiniano no convento de São Marcos. Passou pois pelo noviciado de Bolonha, tendo seguido a Roma e de novo a Bolonha para os estudos de filosofia e da teologia. Por ocasião da invasão das tropas napoleônicas teve de abandonar o Estado pontifício, retornando a Trento, onde no ano de 1797 foi ordenado. Viveu no convento de São Marco ao final de 1809, ano em que o Mosteiro foi fechado por ocasião da supressão religiosa operada pelo governo da região.

Retornando à família, dedica-se à assistência de jovens, fazendo da própria casa uma escola gratuita. Continua esta atividade até o retorno do governo austríaco, conquistando em breve tempo a estima e consideração do povo e isso estendeu-se à autoridade civil, que o nomeou Inspetor Geral da Escola de Trento.

Padre Stefano decidiu, porém, permanecer fiel à sua profissão religiosa. Diante da impossibilidade de concretizar isso na sua cidade, já que o governo não permitia a reabertura do convento de São Marco, abandona a carreira escolar e refugia-se à Bolonha, no estado Pontifício, onde em breve espaço se reabilita na vida religiosa. A autoridade civil de Trento, apressadamente o convida a retornar, respondendo resolutamente que encontra-se unido à Deus através dos votos religiosos e que sua amadíssima Mãe é a Religião.

Foi excelente mestre do noviciado. Consagrou-se, os últimos anos de sua vida ao ministério paroquial de Genezzano, vindo à morrer em 2 de fevereiro de 1840. Seu corpo repousa no Santuário do Bom Conselho, em Genezzano. Foi proclamado beato por São Pio X em 1904. É o primeiro pároco elevado à honra dos altares. Sua memória litúrgica se celebra em 3 de fevereiro.


Fonte: http://www.santiebeati.it/dettaglio/90181 Adaptação e tradução textual por Página Oriente.com (fonte produtora em em espanhol Autor: P. Bruno Silvestrini O.S.A.

São João Bosco


S. João Bosco nasceu em Castelnuovo d'Asti, Piemonte, Itália, a 16 de Agosto de 1815, numa família de camponeses pobres. Desde pequeno sentiu-se chamado a dedicar a sua vida aos jovens, mas para realizar o seu sonho teve de vencer numerosas dificuldades e sujeitar-se a grandes privações e sacrifícios. Ordenado sacerdote em 1841, gastou todas as energias da sua natureza e todo o arrojo do seu zelo incansável na criação de obras educativas para a juventude abandonada, na defesa da fé ameaçada das classes populares, e na atividade missionária de evangelização de terras longínquas.

A 5 de Agosto de 1872, São João Bosco, com outra Santa, Maria Domingas Mazzarello, fundou as Filhas de Maria Auxiliadora (F.M.A) para a educação e promoção das jovens. Anos depois, fundou os "Salesianos Externos", os "Cooperadores Salesianos". São leigos que desejam partilhar os mesmos anseios educativos para o bem da juventude pobre.

Desta espiritualidade salesiana, desabrochou um amplo movimento salesiano: um instituto de leigas consagradas (as "voluntárias de Dom Bosco"); muitas Congregações que aderem a este estilo de vida e tantos "amigos de Dom Bosco", que afetiva e operativamente se relacionam com este "mundo salesiano". Com sentimento de humilde gratidão, cremos que esta família não nasceu apenas de projeto humano mas por iniciativa de Deus.

Recebem o nome de "Salesianos" as pessoas que pertencem à Família Salesiana de São João Bosco. A Família Salesiana foi fundada por São João Bosco para a educação e promoção da juventude mais pobre e a classe popular. A 3 de Abril de 1874 a Igreja aprovou a Congregação Salesiana formada por Sacerdotes e Irmãos que se propõem serem "sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres".

O fundador deu a esta Congregação Religiosa o nome de "Sociedade de S. Francisco de Sales" porque a espiritualidade deste santo devia inspirar um estilo educativo que denominou "Sistema Preventivo". Para distinguir esta Congregação de outros institutos inspirados também em S. Francisco de Sales, mas não fundados por S. João Bosco, os membros deste Instituto recebem a sigla de S.D.B. (Salesianos de Dom Bosco).

DECRETO PONTIFÍCIO (Por ocasião da canonização de Dom Bosco)
No decorrer do século XIX, quando por toda a parte, chegavam à maturação os venenosos frutos de destruição da sociedade cristã, cujos germes haviam sido tão largamente disseminados pelo século anterior, a Igreja, principalmente na Itália, viu-se à mercê de muitas procelas contra si levantadas, nesses tristes tempos, pela maldade dos homens. Contemporaneamente, porém, a misericórdia divina enviou, para auxílio de sua Igreja, válidos campeões, para que evitassem a ruína e conservassem entre o nosso povo a mais preciosa das heranças recebidas dos Apóstolos – a fé genuína de Cristo.

De fato, no meio das dificuldades daqueles tempos, surgiram entre nós, homens de ilibadíssima santidade e, mercê de sua prodigiosa atividade, nenhum assalto dos inimigos, logrou desmantelar as muralhas de Israel.

Sobressai entre os demais, por elevação e espírito de grandeza de obras, o Bem-Aventurado João Bosco que, no tristíssimo evoluir dos tempos se constituiu, durante o século passado, qual marco miliário apontando aos povos o caminho da salvação. Porquanto, “Deus o suscitou para justiça”, segundo a expressão de Isaías, e “dirigiu todos os seus passos”.

E, na verdade, o Bem-aventurado João Bosco, por virtude do Espírito Santo, resplandeceu diante de nós como modelo de sacerdote feito segundo o coração de Deus, como educador inigualável da juventude, como fundador de novas famílias religiosas e como propagador da fé.

De humilde condição, nasceu João Bosco numa casa campestre, perto de “Castelnuovo d’Asti”, de Francisco e Margarida Occhiena, pobres mas virtuosos cristãos, aos 16 de agosto de 1815.

Tendo perdido o pai na tenra idade de dois anos, cresceu na piedade sob a sábia e santa guia materna. Desde menino, resplandeceu nele uma índole excelente, a que andavam unidas grande agudeza de engenho e tenacidade de memória, aprendendo num instante quanto lhe era ensinado pelos mestres, primando sempre, sem contestação, nas classes, pela rapidez no aprender e facilidade de intuição.

Depois de alguns anos de áspera e laboriosa pobreza, que lhe rebusteceu a fibra, preparando-o para as mais árduas provas, com o consentimento da mãe e recomendação do bem-aventurado José Cafasso (*), entrou para o seminário de Chieri, onde, por espaço de seis anos, se dedicou com ótimo aproveitamento, aos estudos. Recebeu, finalmente, a ordenação sacerdotal, em Turim, aos 05 de junho de 1841. Poucos meses após, admitido ao Colégio Eclesiástico de São Francisco de Assis, sob a direção do bem-aventurado José Cafasso, exercitou com grande vantagem das almas, o ministério sacerdoral nos hospitais, nos cárceres, no confessionário e na pregação da palavra de Deus.

Formado assim neste exercício prático do sagrado ministério, sentiu acender-se, mais viva do que nunca em seu espírito, a peculiar vocação alimentada por inspiração divina desde sua adolescência, qual a de atender e dirigir para o bom caminho a juventude, particularmente a abandonada. Sua perspicácia havia já intuído, de quanta utilidade devesse ser este meio para preservar a sociedade da ruína a que estava ameaçada e, para a atuação de tal desígnio, dirigiu os esforços de seu nobre coração com tão felizes resultados que, entre os educadores cristãos contemporâneos, figura ele indubitavelmente, em primeiro lugar.

O próprio nome “Oratório”, dado à sua instituição, faz-nos ver sobre quão firme base tenha construído todo o edifício, isto é, sobre a doutrina e piedade cristã, sem a que baldada se torna, qualquer tentativa de arrancar às paixões viciosas o coração dos jovens e endereça-lo para ideais mais nobres. Nisto, porém, usava ele tanta doçura que os jovens quase que, espontaneamente, sorviam e amavam a piedade, não já constrangidos, mas por verdadeira convicção, e uma vez ganho seu afeto, levá-los-ia sem dificuldade para o bem.

A fim de perpetuar a existência de sua obra e prover assim mais eficazmente a educação juvenil, animado pelo Bem-aventurado José Cafasso e pelo Papa Pio IX, de santa memória, fundou a “Pia Sociedade de São Francisco de Sales” e, algum tempo depois, o “Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora”.

Hoje as duas famílias formam um conjunto de quase vinte mil membros, espalhados por todo o mundo em cerca de mil e quinhentas Casas. Milhares e milhares de crianças de ambos os sexos recebem sua formação literária e profissional. Seus Filhos e Filhas também se encarregam , generosamente, da assistência aos enfermos e aos leprosos e, alguns deles, contraindo este terrível morbo, sucumbiram vítimas de sua caridade.

Dignos filhos de tão grande Pai!

Nem deve passar desapercebida a instituição dos Cooperadores, isto é, uma associação de fiéis, em sua maioria leigos que, animados do mesmo espírito da Sociedade Salesiana e como essa dispostos a qualquer obra de caridade, tem por escopo prestar, segundo as circunstâncias, válido auxílio aos párocos, aos bispos e ao mesmo Sumo Pontífice. Primeiro e notável ensaio de “”Ação católica!”

A Associação foi aprovada por Pio IX e, em vida ainda do bem-aventurado Jão Bosco, alcançou a cifra de oitenta mil sócios.
Mas, o zelo das almas que lhe ardia no peito, não se limitou tão somente ao círculo das nações católicas; alargando o horizonte de sua caridade, enviou os missionários de sua família religiosa à conquista dos gentios para Cristo.

Aos primeiros que, chefiados por João Cagliero, de santa e gloriosa memória, se dedicaram à evangelização das extremas terras da América Meridional, surgiram muitos e muitos outros salesianos que espalhados agora aqui e ali pelo mundo, levam intrepidamente o cristianismo aos povos infiéis.

Quantas e quão grandes coisas tenha ele feito e padecido pela Igreja e pela tutela dos direitos do romano Pontífice, seria difícil dizer-se. Pode-se aplicar, portanto, ao bem-aventurado João Bosco, as palavras que temos de Salomão: Deus lhe deu sapiência e prudência extremamente grande, e magnitude imensurável como a areia que está na praia do mar. (3 Re, 4, 29). Deu-lhe Deus sapiência, pois que, renunciando a todas as coisas terrenas, aspirou unicamente promover a glória de Deus e a salvação das almas.

Era seu mote: “Dai-me as almas e ficai-vos com o resto”.

Cultivou em grau supremo a humildade; tornou-se insigne no espírito de oração, tendo a mente sempre unida a Deus, se bem que parecesse continuamente distraída por uma multidão de afazeres.
Nutria extraordinária devoção para com Maria Santíssima Auxiliadora, e experimentou inefável alegria quando pode edificar em sua honra, na cidade de Turim, o célebre templo, do alto de cuja cúpula campeia a Virgem Auxiliadora, Mãe e Rainha, sobre toda a casa de Valdoco.
Morreu santamente no Senhor, em Turim, aos 31 de janeiro de 1888. Crescendo, dia a dia, sua fama de santidade, foram, pela Autoridade Ordinária, instaurados os processos; a causa da beatificação foi introduzida por Pio X, de santa memória, em 1907. A Beatificação foi depois solenemente celebrada na Basílica Vaticana, com regozijo de toda a Igreja, no dia 2 de junho de 1929.

Reencetada a Causa no ano seguinte, foram feitos os processos sobre duas curas que pareciam devessem ser atribuídas a milagre divino. Pelo decreto de 19 de novembro deste ano, foram aprovados os dois milagres operados por Deus e atribuídos à intercessão do Bem-aventurado.
Desfeita a última dúvida, isto é, se em vista da aprovação dos dois milagres, depois que a Santa Sé concedera culto público ao Bem-aventurado, se poderia proceder com segurança à sua solene Canonização. Esta dúvida foi proposta ao Eminentíssimo Cardeal Alexandre Verde, Ponente ou Relator da Causa, na Congregação geral da S.C. dos Ritos, realizada em presença do Santo Padre no dia 28 de novembro. Todos os eminentíssimos Cardeais presentes, Oficiais, Prelados e Padres Consultores deram parecer unânime e afirmativo, parecer que o Santo Padre jubilosamente aceitou, deferindo, todavia, o seu juízo para o dia 3 de dezembro, primeiro domingo do advento. Portanto, o Santo Padre, em 3 de dezembro de 1933, dia também consagrado a São Francisco Xavier, padroeiro da Obra da Propagação da fé, fez a solene declaração neste sentido. A canonização teve lugar a 1 de abril de 1934, no dia da Ressurreição, último Ano Santo da Redenção, na presença de toda a Corte Pontifical, no meio de um esplendor extraordinário, diante de perto de 300.000 pessoas.
(*) São José Cafasso – canonizado em 1947 pelo Papa Pio XII. (Consta no texto como “bem-aventurado” porque o decreto pontifício é anterior à sua canonização.) - Volta ao topo

Reflexões:

São João Bosco é uma das figuras mais eminentes, entre os santos dos nossos dias. O bem que fez à família de Cristo na terra e com isto às almas, é extraordinário. A nota caracterítica em sua vida e em sua obra, é o zelo pelas almas. Outro interesse não conhecia, a não ser este: Ganhar almas para o céu.

Este zelo o fazia exclamar: “Dai-me almas, senhor, com todo o mais podereis ficar”.

No trabalho pela salvação das almas, se esquece de si próprio, sacrifica comodidade, conforto e saúde. É incansável. Dia e noite está ocupado com a realização de seu ideal: Implantar nos corações dos jovens o amor a Cristo e à Mãe Santíssima. Seu apostolado, abençoado e acompanhado pela mãe, é grandioso e universal. Não há ramo de ação católica que a obra de São João Bosco não abranja: Ensino, doutrina, arte, caridade e imprensa. Assim, este grande santo apresenta a personificação mais completa de Nosso Senhor em nossos dias. Sua vida ativa e contemplativa é a vida de Jesus Cristo em perfeita imitação.

Demos graças a Deus por ter dado este grande apóstolo à Igreja Católica e peçamos-lhe a graça de, por intercessão de seu santo servo, crescermos cada vez mais no amor a Jesus Cristo, a sua Santa Igreja, e aumente-nos de dia para dia o zelo apostólico pela salvação das almas. Zelo pela salvação das almas não é virtude que somente aos sacerdotes deve pertencer. O mandamento da caridade se dirige a todos, e a petição “venha a nós ,o Vosso reino”, do Pai-Nosso, fala-nos do dever que temos de trabalhar pela solidificação e propagação do Reino de Deus sobre a terra. Os pais devem zelar pela santificação dos seus filhos; os superiores tem obrigação de promover a vida em Deus dos seus súditos. Cada estado tem deveres especiais, que se relacionam ao bem espiritual do próximo.

Quem julga que nada pode fazer pela salvação do próximo, faça uso da oração e edifique o próximo pelo bom exemplo. Quem diz não saber em que intenções deve rezar, ótimas indicações poderá encontrar nas intenções mensais do Apostolado da Oração, abençoadas pelo Santo Padre.

Referências:
História - Site dos Salesianos - www.salesianos.com
Decreto - Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.

Beato Sebastião de Aparício


Nasceu em Gudinha Galícia (Espanha) em 20 de janeiro de 1502. Quando criança contagiou-se por ocasião de uma epidemia. Os enfermos eram obrigados a viver apartados e sua mãe o levou a uma solitária choupana. Ali uma loba o mordeu e com a hemorragia curou-se a enfermidade. Desde então teve um especial amor e influência com os animais.

Lhe agradava a vida do campo por sua paz e contato íntimo com Deus. Ainda que não tivesse ido à escola, nem aprendido a ler ou escrever, desenvolveu muitas habilidades úteis: construção de edifícios e fabricação de carros, cultivo, toda classe de trabalho rural, etc. Pastoreou as ovelhas de seu pai até a idade de 20 anos, quando se foi como mordomo em uma fazenda situada em Salamanca que pertencia a uma jovem viúva, formosa e rica. Ela enamorou-se dele. Para não cair na tentação, Sebastião deixou o lugar e foi á Zafra, para trabalhar em outra fazenda ao serviço de Pedro de Figueroa, parente do duque de Feria.

Porém ali, uma das filhas do dono também começou a rondar-lhe. Voltou a mudar-se, desta vez a Saluncar de Barrameda, onde partiam os barcos para a América. Trabalhou ali sete anos com bom salário e pôde enviar às suas irmãs o dote que se costumava recolher para o matrimônio. Porém, nesse lugar, foi outra vez assediado por moças. Quando a filha do seu patrão passou a lhe assediar em namoro, decidiu embarcar para a América, onde viveria o resto de sua vida.

Desembarcando em Puebla, México, recém-fundada, Sebastião pôs seus diversos talentos em bom uso. Lhe ajudaram inicialmente sua avantajada força física.

Havia grande escassez de carros de carga animal. Ele fundou uma empresa onde os construía e fazia transportes. Ajudou também a construir estradas já que por Puebla passava o tráfego entre Vera Cruz e a cidade do México. Auxiliava aos índios e aos pobres, ensinando-lhes suas artes.

Em 1542 Sebastião se muda para a Cidade do México com a finalidade de fundar uma empresa de carros maior.

Abriu o primeiro caminho de carros a Zacatecas, empreendimento audaz não só pela distância mas porque atravessava região habitada por índios Chichimecas, então temidos e perigosos. Durante dez anos transportou viajantes e mineiros das minas Zacatecas à Casa da Moeda do México. Em certa ocasião foi assaltado, enquanto transportava mercadorias, por um bando de índios Chichimecas que inicialmente não reconheceram a Sebastião. Porém, quando deram-se conta disso imediatamente o liberaram. “Tu tens sido sempre como um bom pai conosco – disseram – A ti, não faremos dano”.

Com a idade de 50 anos, depois de 18 anos, se retira do comércio das estradas e se estabelece em uma fazenda em Tlalnepantla, próximo à Cidade do México. Pelos bens que havia ganhado com seu trabalho o chamam “Aparício, o Rico”. Em Chapultepec, nos arredores do México, adquire uma fazenda de criação de gado. Sem embargo, vivia com impressionante simplicidade: não tinha cama, mas dormia em um estrado , comia as mesmas refeições dos índios e vestia-se humildemente. Utilizava seus recursos para fazer de sua fazenda um centro de misericórdia para todos. Os trabalhadores de sua fazenda eram tratados com todo respeito, como amigos.

A vários arrendatários, lhes escriturou terras para que formassem suas próprias propriedades rurais. Enquanto era comum que os fazendeiros tivessem muitos escravos, só tinha um e este era tratado como um filho, até que acabou concedendo-lhe a liberdade. Porém, o escravo sentia-se tão bem junto a Sebastião que continuou ali como seu empregado.

DOIS MATRIMÔNIOS
Em Chapultepec contrai uma enfermidade muito grave e recebe os últimos sacramentos. Recuperada a saúde, lhe recomendam que se case e encomenda de fato a Deus, com muita oração, a possibilidade de casar-se. Finalmente, aos 60 anos, em 1562, casa-se com a filha de um amigo vizinho de Chapultepec na igreja dos franciscanos de Tacuba, vivendo com sua esposa vida virginal. Seus sogros pensavam em buscar a anulação do matrimônio, quando a esposa acaba morrendo no primeiro ano de casados. Aparício, depois de entregar a seus sogros 2.000 pesos como dote, retorna a Atzcapotzalco.

Ali contraiu um segundo matrimônio aos 67 anos. Foi também este um matrimônio virginal, como Sebastião o assegura em cláusula do testamento de então: “Para maior glória e honra de Deus declaro que minha mulher permanece virgem, como a recebi de seus pais, porque me casei com ela para ter algum privilégio em sua companhia, por achar-me muito só e para ampará-la e servi-la em minha fazenda”. Ela também morre antes de completar-se um ano em um acidente, ao cair de uma árvore enquanto recolhia frutas. Aparício a quis muito, como também a sua primeira esposa, e delas dizia muitos anos depois que “havia criado duas pombinhas para o céu, brancas como a neve”.

VIDA RELIGIOSA
Seu confessor lhe recomenda que ajude as irmãs clarissas que estavam passando miséria. No ano de 1573 cede às clarissas todos os seus bens, que ultrapassavam cerca de 20.000 pesos, ficando com 1000 pesos somente, como lhe pediu o confessor por precaução, se não perseverasse. Passou ele a servir-lhes na qualidade de porteiro.

Em 09 de junho de 1574, aos 72 anos de idade, recebe o hábito franciscano no convento do México. Dá, desde o início, grande exemplo de humildade, fazendo qualquer serviço com prontidão. Sofre muito, em parte pelo trato dos jovens do noviciado e porque seus superiores, ao vê-lo tão velho, não se decidem em deixar-lhe professar. Por fim, aos 73 anos de idade, em 13 de junho de 1575 recita a solene fórmula:
«Eu, frei Sebastião de Aparício, faço voto e prometo a Deus viver em obediência, sem coisa alguma própria e castidade, viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, guardando a Regra dos Frades Menores ».
E um frade firma por ele, pois é analfabeto.
Por aquele convento passou outro franciscano chamado por deus a ser mártir no Japão: São Felipe de Jesus.


ESMOLER
O frade ancião vai ao seu primeiro destino caminhando 30 KM ao leste de Puebla. É o convento de Santiago de Tecali. Ali é o único irmão leigo e serve nos trabalhos mais humildes. Logo o chamam de volta a Puebla, onde o intenso trabalho dos frades requer um bom esmoler. Sua fórmula era: "Te guarde Deus, irmão. Há algo que dar, por Deus, a São Francisco?". Enquanto tanto dava aos pobres muitas vezes sua própria roupa, repartia dos bens que havia recolhido para o convento.

Disse, quando já ancião, ao seu superior: "Pensa, padre Guardião, que eu gosto de dormir no campo e sem coberta?; não, mas porque este velho verme deve padecer no corpo, porque se não fazemos penitência, não iremos ao céu".

DEVOTO DA VIRGEM MARIA
Percorria a região com seu hábito franciscano, Rosário nas mãos, com o qual sempre caminhava rezando. Em uma festa da Virgem, chega frei Sebastião ao convento de Cholula no momento da comunhão e se aproxima a comungar. Quando depois, estando em ação de graças, se lhe aparece a Virgem. Quando o padre Sancho de Landa se lhe interpõe, lhe diz o irmão Aparício: "Atenção, atenção, não vêem aquela grande Senhora, que desce pelas escadas? Olhem! Não é muito formosa?" O padre Sancho, não vendo nada, disse: "Estais louco, Sebastião, onde está a mulher?" Porém, logo compreendeu que se tratava de uma visão do santo Irmão.

Impugnado pelos demônios
Sebastião sofreu muitas impugnações do demônio. Nas clarissas do México os combates contra o maligno eram tão fortes, que a abadessa lhe pôs dois homens para sua defesa, porém, saíram tão fracos e aterrados por dois leões, que por nada do mundo aceitaram voltar para cumprir tal ofício.

Já do frade, segundo conta o Dr. Pareja, o demônio "lhe tirava de sua pobre cama a pouco roupa com que se cobria e, jogando-a fora pela janela do dormitório, o deixava duro de frio quase ao ponto de tirar-lhe a vida. Outras vezes, dando-lhe grandes golpes, o atormentava e enfraquecia; outras o o pegava e arremessava para o alto, deixando-o cair como quem joga uma bola, para o inquietar e atormentar; de forma que muitas vezes se viu desconsolado e aflito".

Os ataques continuaram em muitas ocasiões. Em uma delas, os demônios lhe disseram que iam derrubá-lo porque Deus lhes havia dado ordem de fazê-lo. Ao que respondeu Sebastião muito tranqüilo: "Pois se Deus os mandou, o que esperais? Fazei o que Ele os manda, que eu estou muito feliz de fazer o que a Deus agrada".

CONSOLADO POR ANJOS
Também recebeu consolações do céu. Teve visões de São Francisco e do apóstolo São Tiago, que lhe confirmaram em sua vocação. Teve grande devoção aos anjos, especialmente ao de sua guarda e experimentou muitas vezes seus favores.

Uma vez se lhe atolou a carreta no barro e se lhe apresentou um jovem vestido de branco para oferecer sua ajuda. "Que ajuda me podeis dar, lhe disse, quando oito bois não podem movê-la!". Porém, quando vê que o jovem tirou o carro com toda facilidade, comenta em voz alta: "Certamente que não sois daqui!"
Regressava frei Sebastião com seu carro bem carregado, de Tlaxcala a Puebla, quando se lhe rompeu um eixo. Não havendo no momento remédio humano possível, invoca a São Francisco, e o carro continuou rodando como antes. E a um que lhe disse assombrado ao ver esta cena: "Padre Aparício, que diremos disto?", lhe contesta simplesmente: "Quê havemos de dizer, senão que meu pai São Francisco vai segurando a roda para que não caia".

SUA RELAÇÃO COM AS CRIATURAS
Em certa ocasião, carregando pedras para a construção do convento de Puebla, a um boi exausto teve que desuni-lo. Frei Sebastião, para continuar com o trabalho, tomou com seu cordão franciscano a uma vaca que estava por ali com seu terneiro e, sem que ela resistisse, lhe pôs o jugo da carreta. Ao terneirinho que protestava sem cessar com grandes e consecutivos mugidos, lhe pediu silêncio, e ele calou.

Regressando uma vez de Atlixco com algumas carretas bem carregadas de trigo, se detém frei Aparício para descansar, momento em que uma imensidão de formigas aproveitam para fazer seu trabalho. "Padre, disse um índio, as formigas estão furtando o trigo a toda pressa, e se não o remediar, levarão tudo". Frei Sebastião se aproxima e com ar sério, diz às formigas: "De São Francisco é o trigo que estão furtando; agora, olhem o que estão fazendo!". Foi o suficiente para que as formigas devolvessem tudo que haviam furtado.
Conta-se que durante uma outra viagem, deitou-se sobre um formigueiro de formigas bravas. Quando acordou-se, estas haviam feito um grande círculo em seu redor.
FINAL DA VIDA
Aos 98 anos sentiu que iria morrer por causa de uma hérnia. Chegou ao convento e caiu prostrado no solo ao modo de São Francisco. Pediu aos franciscanos que rezassem o credo e quando diziam: "Creio na ressureição da da carne e na vida eterna", caiu morto.
Muitíssimos habitantes da Puebla assistiram a seu enterro. Duas vezes foi desenterrado seu cadáver e nas duas apareceu incorrupto. 968 milagres foram documentados em seu processo de beatificação, promulgada em 1789. Atualmente, seu corpo incorrupto descansa em uma urna de cristal no convento franciscano de Puebla dos Angeles no México.
Fonte: Tradução, adaptação e sintetização por Página Oriente.com. Fontes externas: www.catholic.net e www.oremosjuntos.com

Beato João XXIII - Papa

Nasceu no dia 25 de Novembro de 1881 em Sotto il Monte, diocese e província de Bérgamo (Itália), e nesse mesmo dia foi batizado com o nome de Angelo Giuseppe; foi o quarto de treze irmãos, nascidos numa família de camponeses e de tipo patriarcal. Ao seu tio Xavier, ele mesmo atribuirá a sua primeira e fundamental formação religiosa. O clima religioso da família e a fervorosa vida paroquial foram a primeira escola de vida cristã, que marcou a sua fisionomia espiritual.

Ingressou no Seminário de Bérgamo, onde estudou até ao segundo ano de teologia. Ali começou a redigir os seus escritos espirituais, que depois foram recolhidos no "Diário da alma". No dia 1 de Março de 1896, o seu director espiritual admitiu-o na ordem franciscana secular, cuja regra professou a 23 de Maio de 1897.

De 1901 a 1905 foi aluno do Pontifício Seminário Romano, graças a uma bolsa de estudos da diocese de Bérgamo. Neste tempo prestou, além disso, um ano de serviço militar. Recebeu a Ordenação sacerdotal a 10 de Agosto de 1904, em Roma, e no ano seguinte foi nomeado secretário do novo Bispo de Bérgamo, D. Giacomo Maria R. Tedeschi, acompanhando-o nas várias visitas pastorais e colaborando em múltiplas iniciativas apostólicas: sínodo, redação do boletim diocesano, peregrinações, obras sociais. Às vezes era também professor de história eclesiástica, patrologia e apologética. Foi também Assistente da Ação Católica Feminina, colaborador no diário católico de Bérgamo e pregador muito solicitado, pela sua eloquência elegante, profunda e eficaz.

Naqueles anos aprofundou-se no estudo de três grandes pastores: São Carlos Borromeu (de quem publicou as Atas das visitas realizadas na diocese de Bérgamo em 1575), São Francisco de Sales e o então Beato Gregório Barbarigo. Após a morte de D. Giacomo Tedeschi, em 1914, o Pade Roncalli prosseguiu o seu ministério sacerdotal dedicado ao magistério no Seminário e ao apostolado, sobretudo entre os membros das associações católicas.

Em 1915, quando a Itália entrou em guerra, foi chamado como sargento sanitário e nomeado capelão militar dos soldados feridos que regressavam da linha de combate. No fim da guerra abriu a "Casa do estudante" e trabalhou na pastoral dos jovens estudantes. Em 1919 foi nomeado diretor espiritual do Seminário.

Em 1921 teve início a segunda parte da sua vida, dedicada ao serviço da Santa Igreja. Tendo sido chamado a Roma por Bento XV como presidente nacional do Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé, percorreu muitas dioceses da Itália organizando círculos missionários.
Em 1925, Pio XI nomeou-o Visitador Apostólico para a Bulgária e elevou-o à dignidade episcopal da Sede titular de Areopolis.

Tendo recebido a Ordenação episcopal a 19 de Março de 1925, em Roma, iniciou o seu ministério na Bulgária, onde permaneceu até 1935. Visitou as comunidades católicas e cultivou relações respeitosas com as demais comunidades cristãs. Atuou com grande solicitude e caridade, aliviando os sofrimentos causados pelo terremoto de 1928. Suportou em silêncio as incompreensões e dificuldades de um ministério marcado pela tática pastoral de pequenos passos. Consolidou a sua confiança em Jesus crucificado e a sua entrega a Ele.

Em 1935 foi nomeado Delegado Apostólico na Turquia e Grécia: era um vasto campo de trabalho. A Igreja tinha uma presença ativa em muitos âmbitos da jovem república, que se estava a renovar e a organizar. Mons. Roncalli trabalhou com intensidade ao serviço dos católicos e destacou-se pela sua maneira de dialogar e pelo trato respeitoso com os ortodoxos e os muçulmanos.

Quando irrompeu a segunda guerra mundial ele encontrava-se na Grécia, que ficou devastada pelos combates. Procurou dar notícias sobre os prisioneiros de guerra e salvou muitos judeus com a "permissão de trânsito" fornecida pela Delegação Apostólica. Em 1944 Pio XII nomeou-o Núncio Apostólico em Paris.

Durante os últimos meses do conflito mundial, e uma vez restabelecida a paz, ajudou os prisioneiros de guerra e trabalhou pela normalização da vida eclesial na França. Visitou os grandes santuários franceses e participou nas festas populares e nas manifestações religiosas mais significativas. Foi um observador atento, prudente e repleto de confiança nas novas iniciativas pastorais do episcopado e do clero na França. Distinguiu-se sempre pela busca da simplicidade evangélica, inclusive nos assuntos diplomáticos mais complexos. Procurou agir sempre como sacerdote em todas as situações, animado por uma piedade sincera, que se transformava todos os dias em prolongado tempo a orar e a meditar.

Em 1953 foi criado Cardeal e enviado a Veneza como Patriarca, realizando ali um pastoreio sábio e empreendedor e dedicando-se totalmente ao cuidado das almas, seguindo o exemplo dos seus santos predecessores: São Lourenço Giustiniani, primeiro Patriarca de Veneza, e São Pio X.
Depois da morte de Pio XII, foi eleito Sumo Pontífice a 28 de Outubro de 1958 e assumiu o nome de João XXIII. O seu pontificado, que durou menos de cinco anos, apresentou-o ao mundo como uma autêntica imagem de bom Pastor.

Manso e atento, empreendedor e corajoso, simples e cordial, praticou cristãmente as obras de misericórdia corporais e espirituais, visitando os encarcerados e os doentes, recebendo homens de todas as nações e crenças e cultivando um extraordinário sentimento de paternidade para com todos. O seu magistério foi muito apreciado, sobretudo com as Encíclicas "Pacem in terris" e "Mater et magistra".

Convocou o Sínodo romano, instituiu uma Comissão para a revisão do Código de Direito Canónico e convocou o Concílio Ecuménico Vaticano II. Visitou muitas paróquias da Diocese de Roma, sobretudo as dos bairros mais novos. O povo viu nele um reflexo da bondade de Deus e chamou-o "o Papa da bondade". Sustentava-o um profundo espírito de oração, e a sua pessoa, iniciadora duma grande renovação na Igreja, irradiava a paz própria de quem confia sempre no Senhor. Faleceu na tarde do dia 3 de Junho de 1963.

Fonte: site do Vaticano - www.vatican.va
Corpo Incorrupto (fonte: www.oremosjuntos.com)

Em 27 de março de 2001, um cardeal presente durante a abertura do ataúde do Papa João XXIII manifestou que seus restos estavam como se tivesse morrido ontem, depois de 38 anos de seu falecimento. "Nenhuma parte de seu corpo estava decomposta", declarou o cardeal Virgilio Noe, Pároco Maior da Basílica de São Pedro. O corpo foi trasladado para um local mais acessível na Basílica. Seu rosto luz tranqüilo, a serenidade que teve em vida ainda se mostra presente em sua expressão, numa urna de cristal exposta no Vaticano, a partir de 3 de junho de 2002.

Nota da Redação: O corpo do Papa João XXIII, por ocasião da sua morte, foi submetido a técnicas químicas, não de embalsamação, pelo menos no sentido clássico, conforme declarou o próprio Prof. Gennaro Goglia, numa entrevista concedida ao semanário Família Cristã, em sua edição italiana. Uma das principais razões para a ação do processo (à base de formalina), foi a aplicação junto aos tecidos internos destruídos pelo câncer, isso para eliminar todas as bactérias locais. Houve também aplicação de líquido especial que atingiu os capilares, havendo, em tese, a possibilidade da incorruptibilidade estar associada a uma técnica nova, criada pelo Prof. Goglia. Como não trata-se de embalsamação, mas de uma experiência casual, há controvérsias entre o conceito de milagre e a preservação artificial dos tecidos. O Certo é que, não existe nenhuma parte do corpo com o mínimo sinal de decomposição ou eventual deformação.


Pontificados de João XXIII e Paulo VI (Os Papas do Concílio)
O Papa da bondade (João XXIII), assim como o Papa Paulo VI, enfrentou seríssimas dificuldades, especialmente no tocante ao Concílio Ecumênico Vaticano II, já desde o seu advento e que seriam herdadas em seguida pelo seu sucessor. De fato, as perseguições não só persistem neste ponto, mas avançam vertiginosamente no mundo cibernético com facetas diversamente absurdas. Em meio às grosserias desprovidas de autenticidade, sugerem o envolvimento desses dois pontífices com sociedades secretas e uma série de outros impropérios, cuja irracionalidade encerra maiores comentários a respeito.

Não obstante a ignorância humana e a maldade dos tempos, aproveita-se material imundo para fins escusos, dando-lhe, porém, forma acadêmica com eloqüentes requintes para conquistar apreço didático e esmeroso respeito. Artifício que os católicos bem conhecem por outras deturpações históricas advindas desse tipo de proceder: Temas como inquisição e heresias, que invadiram escolas e universidades de forma absolutamente distorcida, pelas mãos de professores de quinta categoria, desprovidos de inteligência ou raciocínio histórico-científico. Proporcionalmente são poucos, mas subiram aos montes e soltaram ao vento as penas do saco.

Parte desse leque de mentiras, mais brandas que as primeiras, porém, não menos graves, são as acusações relativas aos decorrentes disparates pós-conciliares, por ocasião do pontificado do Papa Paulo VI.

Nessa época, terrível para o Papa, muitos falsos pastores, interpretando erroneamente algumas deliberações eclesiais, fomentaram uma espécie de insurreição dentro do clero, justamente no momento em que o mundo assistia a insana proliferação de movimentos tresloucados, marcados pela contracultura, agitações estudantis, levantes e bandeiras de liberdade e revolução. A dialética do proletariado lhes dava carona na batalha dos "anos rebeldes" e o fenômeno atingiu proporções nunca dantes vista.

Alguns setores da Igreja, queriam fazer acreditar, para a própria perdição, que o Concílio Vaticano II fosse uma espécie de expressão paralela daquela ebulição social das décadas de 60 e 70. Da mesma sorte, grande fatia financiada pelo "capital" de Karl Marx, fazia o jogo do comunismo, que gozava sua fase áurea. Baseando-se em pontos de dúbia interpretação doutrinária, o "quanto pior melhor" satisfazia plenamente aos marxistas, que fincariam sua cunha logo depois, pelas mãos da insurgente teologia liberticida. Por tudo isso, não erramos em afirmar que nenhum outro Papa enfrentou situação semelhante em toda a história como o Papa Paulo VI. Momentos de extremo sofrimento pelos desatinos, loucura, dureza de coração, dentro e fora da Igreja. Constatação óbvia pelo desabafo que não conseguiu conter no peito: "Estão demolindo a Igreja!".

Todavia, tentaram, mas não conseguiram, estender o mar de lama para dentro do Concílio. Não atingindo o intento, deturparam em seguida o sentido das normas promulgadas e investiram poderosamente. Para nós está claro que Paulo VI segurou com rédeas curtas, o máximo que pôde ao "cavalo indomado". Esta foi sua missão, assim como a do Papa João Paulo II, que sentiu na carne a opressão comunista, para derrubar o comunismo. Por isso, o Papa Bento XVI, por sua postura preservadora, é o Papa escolhido por Deus para restabelecer o rastro que sobrou tanto de uma luta como da outra. Este é o nosso parecer.

Voltando à questão, sugere ignorância, quando não má-fé, os ataques às deliberações firmadas pelos Padres Conciliares. Na verdade, os abusos e as distorções foram geradas externamente, mas aplicadas internamente por alguns bispos, padres e religiosos que estavam com pesamento e coração "lá fora", porém, matutando o que iriam implantar "aqui dentro". Macular o culto divino e implantar suas "novidades" à revelia de Roma, foi essa a intenção. Os abusos subseqüentes, como bola de neve, atingiriam níveis quase insuportáveis no que se refere às normas litúrgicas romanas. Tanto isso é verdade que o Papa Bento XVI, sem infringir ou revogar um só ponto do Concílio Vaticano II, recoloca agora o trem nos trilhos, instituindo em toda a Igreja latina um só rito litúrgico, ou seja, o antigo rito romano, seja pelo uso do Missal do Papa João XXIII, de 1962 (Missa em latim) ou do Missal do Papa Paulo VI, de 1970, conforme Motu Proprio Summorum Pontificum, de julho de 2007.

O Santo Padre, no momento atual, amarga a mesma dureza de coração e resistência, assim como seus predecessores. Salta aos olhos as incompreensíveis reações dentro de alguns setores do clero, da mesma forma barulhentos e não menos danosos. Após a publicação do aludido Motu Proprio, teve bispo na Itália dizendo estar "de luto" pelo fato do Papa ter "sepultado as determinações do Concílio Vaticano II". Coisa de quem desconhece o teor das homologações conciliares, coisa de quem perdeu a noção de hierarquia, de quem resiste à Autoridade da Igreja, de quem deturpa tudo para gerar confusão e divisão. E, assim, a história se repete...
Nós, como católicos, devemos ter em mente algo bem cristalino: "Roma locuta, causa finita" - "Roma falou, causa encerrada".

Quem não acredita na Autoridade divina do Papa, quem não acredita ser ele o Representante de Cristo na terra, melhor arrumar a bagagem e procurar outra seita ou religião que se lhe adapte; elas existem aos montes por aí e em qualquer esquina. Em se tratando da Igreja de Cristo, é melhor um conteúdo reduzido, porém, de qualidade, do que uma caixa repleta de frutos deteriorados.
Impossível declarar-se católico quem discorda do Trono de Pedro.
Referência biográfica: PÁGINA DO ORIENTE E SITE DO VATICANO

Beata Osanna de Mântua




As informações que temos da Beata Osanna de Mântua é derivada de dois contemporâneos que a conheceram e escreveram imediatamente depois de sua morte. Uma das biografias foi lavrada pelo mestre da Ordem Dominicana e por um Teólogo muito notável, Silvestre de Ferrara (1505) e outra (1507) pelo monge Jerome de Olivetan (beneditino reformado) que, nos últimos anos da vida de Osanna, tornou-se seu confidente e guia espiritual. Sua biografia consiste pela maior parte em registro detalhado de conversações Osanna com seu diretor espiritual.
Jerome diz que Osanna era muito relutante, mesmo com ele, em que confiava completamente, para falar de suas experiências espirituais; mas descreve repetidamente como ele paciente a manteve, mediante questionamentos e busca de informações que guardou para si, cujo fim, como ele diz, servia para suas próprias "consolações espirituais e fonte de inspiração". Um processo difícil, segundo ele, pois que Osanna costumava entrar em êxtase cada vez que se começava a falar de Deus.
Nasceu em 1449 em Mântua, filha de nobres italianos, Nicolaus e Agnespais. Diz Jerome que na idade de cinco ou seia anos, Osanna teve sua primeira experiência mística, uma visão da Trindade, dos nove coros dos anjos e da criação material, quando Jesus como uma criança da sua própria idade, carregava uma cruz. Mais tarde, viu-o outra vez no jardim da casa família entre as videiras. Como entrasse já em êxtase em tenra idade, tornou-se muito retraída. Os pais incomodavam-se sobremaneira com o seu comportamento e chegaram a pensar que a filha fosse portadora de epilepsia.
Ainda durante sua infância acabou perdendo os pais, tornando-se assim responsável pelo lar, cuidando dos irmãos que controlou e educou com grande prudência e responsabilidade, além de manter grande hospitalidade e caridade com os pobres. Não obstante, apesar de todas estas responsabilidades domésticas e caritativas, passou a experimentar uma vida mística cada vez mais intensa. Quando ainda vivia seu pai, ela recusou casamento porque já sentia inclinação para tomar o hábito dominicano e o declarara isso. Mas, segundo revelação feita a ela, não era momento para fazer profissão, mesmo na Ordem Terceira.
Foi permitido compartilhar os sofrimentos de Cristo pela causa da Igreja e da Itália, então marcada por rixas e guerras. Finalmente, quando tinha 30 anos, recebeu os estigmas em sua cabeça, depois no lado e em seguida nos pés. Teve também uma visão em que seu coração foi transformado e dividido em quatro partes. A Paixão de Cristo era sentida intensamente nas quartas e nas sextas-feiras.
Em seu caso, os estigmas não parecem ter sangrado, mas apareciam simplesmente como manchas avermelhadas, intensamente dolorosas. Manteve-os escondidos de todos, exceto de alguns de seus empregados, mas às vezes a dor nos pés eram tão grandes que a impossibilitava de andar. Por muitos anos, assim como Santa Catarina de Siena, viveu quase sem nenhum alimento. No discurso dessas matérias, pediu ao seu diretor espiritual que guardasse absoluto segredo.
Entretanto, sua fama acabou espalhando-se entre a população porque algumas vezes foi vista em público, em êxtase profundo. As visitas e conselhos espirituais tornaram-se constantes, resultando na oposição considerável dos frades dominicanos de Mântua que, entretanto, cessaram as críticas quando souberam que um dos seus, Dominic de Crema, mantinha o registro de todas as experiências espirituais de Osanna, que infelizmente perderam-se após sua morte.
Faleceu santamente, de causas naturais em 18 de julho de 1505. Foi beatificada pelo Papa Leão X e é invocada como patrona das meninas estudantes. Seu corpo incorrupto encontra-se em exposição sob o altar de Nossa Senhora do Rosário na catedral de Mântua, Itália. Em 1965 seu corpo foi examinado interiormente e exames profundos determinaram bom estado de preservação (após 460 anos).
Fontes: Adaptação e tradução textual por Página Oriente.com. Alguns dados biográficos sintetizados com base no texto original em inglês publicado pelo Frei Benedict M. Ashley, O.P.; outras inclusões pelas referências infra descritas, bem como dados sobre sua incorruptibilidade:
http://sagradafamilia.devigo.net
http://www.faithfound.com/detail/24019/osanna-d-andreasi.html
ihttp://www.overcomeproblems.com/incorruptables.htm

Beata Narcisa de Jesus

Nasceu em Nobol (Guayas), em 29 de outubro de 1832; morreu em Lima - Peru, em 8 de dezembro de 1869, aos 37 anos de Idade. Seus pais: Pedro Martillo Mosquera e Josefina Morán. Muito cedo morreu sua mãe, assumindo a responsabilidade do lar Narcisa, cuidando de seus irmãos. Conta-se que Narcisa faleceu em odor de santidade, em sua cela do Patrocínio das irmãs dominicanas de Lima.

Quando a superiora abriu a porta, o quarto projetava uma luz esplendorosa e se aspirava um agradável perfume sobrenatural. O corpo de Narcisa irradiava luzes e resplendores intensos, sinal do bem-aventurados; e, esse perfume - testemunho - de suas virtudes heróicas.
Seu sobrinho neto Miguel Martillo, foi incumbido de trazer seu corpo de Lima ao Equador, em 30 de abril de 1955, a 86 anos de seu falecimento; permaneceu 17 anos no templo de São José de Guayaquil, dos padres jesuítas.

O povo de Nobol a reclamou por muito tempo a sua "filha ilustre", conseguindo que Roma concedesse o traslado em 6 de dezembro de 1972, às vésperas de cumprir 103 anos de falecida. Em sua terra natal descansa em sua cripta-santuário, permanecendo seu corpo incorrupto até o momento, tal como milagrosamente se mantém desde a data em que faleceu.
Narcisa de Jesús Martillo Morán, se distinguiu pela sua generosidade e entrega sem limites a um ideal de amor, seguindo o exemplo e caminho de santa Mariana de Jesus Paredes e Flores, sua compatriota, tomando-a como guia e modelo de oração, amor e penitência.

Foi solidária e fervorosa com os seus; modesta e simples mulher de classe humilde, levou uma vida pobre, cheia de sacrifícios. A popularidade da angelical donzela, cresceu internacionalmente. A Igreja Católica, mediante o Congresso Especial de Teologia, depois de um longo processo, concluiu a sobrenaturalidade de alguns favores recebidos por meio de Narcisa; logo, resolveu beatificá-la, porque em anos anteriores se declararam suas "VIRTUDES HERÓICAS". Então, foi elevada à honra dos altares pelo Papa João Paulo II, em Roma, domingo, dia 25 de outubro de 1992.


Depois da beatificação de Narcisa, foi apresentada como modelo de virtude, especialmente para tantas mulheres que emigram do campo à cidade em busca de trabalho e sustento.
Assistiram cerca de 3.000 equatorianos; a delegação oficial do Equador foi presidida por Alberto Dahik, Vice-presidente da República; acompanharam o chanceler Diego Paredes; o Prefeito de Guayaquil, León Febres Cordero; e outras personalidades civis e eclesiásticas.

No Equador, fazenda São José (Nobol) lugar onde nasceu Narcisa, se realizaram atos religiosos presididos pelo Núncio Apostólico Francesco Canallini, às 10:00 hs do dia 26 de outubro de 1992. Assistiu o Presidente da República Sixto Durán Ballén e milhares de católicos de todo o país e de outros lugares do mundo.

Referência bibliográfica: http://www.explored.com.ec/ecuador/tradicio/homb93.htm - Tradução do original em espanhol por Página Oriente.com

Beata Mattia Nazarei

Mattia, nascida no ano de 1235 em Matelica, nas Marcas - Itália, pertencia à família nobre De Nazarei. Cresceu rodeada dos amorosos cuidados familiares, que fizeram tudo para prepará-la para um brilhante porvir. Seu pai, sonhava para ela um matrimônio digno de sua categoria. Porém, um fato inesperado transtornou todos os seus planos. O exemplo das duas santas irmãs Clara e Inês de Assis também se repetiu em Matelica.

Um dia Mattia sem avisar a ninguém, fugiu de casa e foi bater às portas do mosteiro de Santa Maria Madalena das Irmãs Clarissas, pedindo à abadessa que a recebesse entre suas co-irmãs. Esta a fez notar que isto era impossível sem o consentimento de seus pais. Pouco depois o pai e alguns parentes irritadíssimos irromperam no mosteiro decididos a levá-la de novo para casa à força. Porém, tudo foi inútil. O pai foi vencido pela insistência da sua filha, que assim pôde realizar seu sonho de seguir a Cristo pelo caminho da perfeição. Tinha dezoito anos quando começou o noviciado e antes da profissão, distribuiu parte de seus bens aos pobres e parte reservou para urgentes trabalhos de restauração do mosteiro.

Atrás de seu exemplo, outras moças a seguiram pelo caminho da vida evangélica que haviam traçado São Francisco e Santa Clara. Depois de oito anos de vida religiosa foi eleita abadessa unanimemente. Durante quarenta anos Mattia foi a zelosa superiora das Clarissas, iluminada guia espiritual e ao mesmo tempo sagaz administradora. Possuía as qualidades aparentemente contraditórias de uma grande mística e de uma sábia organizadora. Confiando na divina Providência, com ofertas da população e de sua família, reconstruiu desde os fundamentos da igreja até o mosteiro.

A vida interior da Beata Mattia se modelou sobre a Paixão do Senhor. Por muitos anos todas as sextas-feiras sofreu dores e numerosos arroubamentos. Foi uma mulher de governo que as virtudes contemplativas unia às virtudes práticas. Se manteve também em contato com o mundo, sabendo dizer uma palavra de consolo, ajuda e exortação aos muitos que ajudava na medida das possibilidades e ainda a indigentes e pobres. Um menino estava a ponto de morrer como conseqüência de uma queda. A mãe, desesperada, o levou à Beata Mattia que, depois de rezar o tocou com a mão e o restituiu são e salvo à sua mãe. E se contam dela muitos outros prodígios.

Em 28 de dezembro de 1320, depois de ter exortado e abençoado pela última vez a suas queridas co-irmãs, morreu serenamente aos 85 anos, deixando atrás de si uma doce recordação, que logo se transformaria em culto, o qual confirmaria Clemente XIII, ao beatificá-la em 27 de julho de 1765.
Corpo incorrupto e os traslados.

. Quando Mattia morreu, um amplo raio de luz envolveu seu corpo, iluminando todo o convento. Ela desprendia um perfume de incrível doçura, que enchia o ar ao seu redor. Isso correu entre o povo e seus compatriotas foram contemplá-la mais uma vez para cortar pedaços do tecido de sua túnica. Ocorreram muitos milagres e muitos enfermos se curaram. Ainda que a opinião fosse contrária, as irmãs acharam mais prudente enterrá-la num local distanciado, mas o povo protestou e pediram que a colocassem num lugar mais acessível, onde todos pudessem expressar sua devoção.

Primeiro translado
. As irmãs, então, pediram às autoridades religiosas permissão para exumá-la, sob a direção de um médico de Camerino, o Dr. Bartolo. Dezoito dias depois da sua morte, o corpo de Mattia estava incorrupto e exalava suave perfume. Dr. Bartolo, segundo o costume da época, quis embalsamá-la, mas ao ver que, ao primeiro corte, saía sangue líquido em abundância, se deteve e exclamou: "Que milagre é este! Creio que nunca se viu a um corpo morto sangrar tão abundantemente como se estivesse vivo, depois de ter sido enterrado tantos dias. A esta podemos chamar realmente santa, pelos milagres que fez em vida e, Deus o queira, fará depois de morta".
. Dali o corpo de Mattia foi colocado em uma elegante urna, ao lado da epístola do altar maior, um pouco elevada do solo, com uma grade frontal.

Segundo translado
. Ao longo de dois séculos, sua fama estendeu-se além dos limites da sua cidade e um número cada vez maior de peregrinos vinham de todas as partes para render homenagens. Em 1536, com o fim de dar-lhe um lugar de maior privilégio em sua igreja, se trasladou a urna de Mattia de sua posição original.

Terceiro translado
. Em 22 de dezembro de 1758 a colocaram sob o altar de Santa Cecília, que é o atual altar lateral direito da Igreja. Seu corpo incorrupto permaneceu sempre em sua igreja, desde 15 de janeiro de 1320, com exceção de poucos dias, de 6 de outubro a 31de dezembro de 1811, quando a soldadesca napoleônica o sacou sacrilegamente de seu altar e o levou a Macerata. Naquela ocasião esteve exposto à intempérie, pelo que a umidade e outros elementos nocivos puseram em marcha um processo de deteriorização. Em 1973, o Pe. Antônio Ricciardi, OFMConv., ocupou-se do delicado trabalho de desinfecção e conservação do corpo da Beata, pondo fim ao processo destrutivo e evitando danos posteriores a sua carne e a seus ossos. Por último, a Beata Mattia foi colocada em uma urna nova e mais bonita.

O humor sanguíneo - pesquisas
. Em 1536, durante o segundo traslado, começou a brotar do corpo de Mattia um suor avermelhado, que as clarissas trataram de secar em vão com panos de linho. Seu corpo e suas relíquias ainda emitem dito líquido.
. Em 1756, 437 anos depois de sua morte, se abriu a causa para um reconhecimento legal, e um suave perfume se desprendeu de seu corpo ainda incorrupto. Em 1758, durante o terceiro traslado, a Beata Mattia suou de novo sangue, empapando muitas toalhas. Seu corpo foi examinado mais de uma vez nos anos seguintes, porém, sempre na presença de autoridades eclesiásticas e médicos forenses. Em cada ocasião o fluido sangüíneo impregnou toalhas, trapos e inclusive a touca de Mattia e seu hábito. Estes preciosos panos, empapados de seu humor sanguíneo e cortadas em pedaços minúsculos, ainda se distribuem como relíquias. E de suas manchas já secas, algumas vezes brotou o líquido avermelhado.

. O Instituto de Medicina Legal da Universidade de Camerino atestou em 1972 que "as manchas presentes nos restos, com toda certeza, são de sangue, um pouco envelhecida".
Milagre recente - cura de câncer
. Em 1987 constatou-se a cura milagrosa de um farmacêutico e doutor napolitano, Alfonso de D'Anna. O diagnóstico do Instituto Pascal de Nápoles, confirmado pelo Instituto Nacional de Tumores de Milão, era carcinoma, um tumor maligno. Em 6 de março de 1987 tinha que iniciar o tratamento de quimioterapia, porém a Beata Mattia apareceu em sonhos à senhora Rita Santoro, da ordem Franciscana Secular e Ministra da Fraternidade de Santa Maria Francisca de Nápoles. A senhora Rita então não conhecia o Dr. D'Anna, porém, a Beata Mattia lhe proporcionou informações detalhadas, para que pudesse identificá-lo. A senhora Rita tinha que dar-lhe uma de suas relíquias e o azeite bento de sua lâmpada, que arde sempre em seu convento, e que as clarissas oferecem aos fiéis em pequenos frascos.

. Em 7 de março de 1987, o Dr. Alfonso D'Anna dirigiu-se à sua farmácia, para retomar o trabalho. As revisões periódicas estiveram precedidas, muitas vezes, por um forte odor de jasmim, como havia predito o sonho, e confirmaram a incrível e completa cura do Dr. D'Anna.
. A última revisão, um TAC realizado no hospital Cardarelli de Nápoles, confirmou a perfeita ventilação de seus pulmões e a ausência de lesões tumorais.
. Toda a documentação foi posta à disposição das autoridades eclesiásticas, a fim de proceder a canonização da Beata Mattia.

Referências bibliográficas: http://www.corazones.org e http://www.fratefrancesco.org - Tradução do original em espanhol por Página Oriente.com Milagre recente também em: http://www.firponet.com/francesco/servants/BeataMattia/Fran_serv_Mattia_ita.htm