sexta-feira, 30 de julho de 2010

Beata Mattia Nazarei

Mattia, nascida no ano de 1235 em Matelica, nas Marcas - Itália, pertencia à família nobre De Nazarei. Cresceu rodeada dos amorosos cuidados familiares, que fizeram tudo para prepará-la para um brilhante porvir. Seu pai, sonhava para ela um matrimônio digno de sua categoria. Porém, um fato inesperado transtornou todos os seus planos. O exemplo das duas santas irmãs Clara e Inês de Assis também se repetiu em Matelica.

Um dia Mattia sem avisar a ninguém, fugiu de casa e foi bater às portas do mosteiro de Santa Maria Madalena das Irmãs Clarissas, pedindo à abadessa que a recebesse entre suas co-irmãs. Esta a fez notar que isto era impossível sem o consentimento de seus pais. Pouco depois o pai e alguns parentes irritadíssimos irromperam no mosteiro decididos a levá-la de novo para casa à força. Porém, tudo foi inútil. O pai foi vencido pela insistência da sua filha, que assim pôde realizar seu sonho de seguir a Cristo pelo caminho da perfeição. Tinha dezoito anos quando começou o noviciado e antes da profissão, distribuiu parte de seus bens aos pobres e parte reservou para urgentes trabalhos de restauração do mosteiro.

Atrás de seu exemplo, outras moças a seguiram pelo caminho da vida evangélica que haviam traçado São Francisco e Santa Clara. Depois de oito anos de vida religiosa foi eleita abadessa unanimemente. Durante quarenta anos Mattia foi a zelosa superiora das Clarissas, iluminada guia espiritual e ao mesmo tempo sagaz administradora. Possuía as qualidades aparentemente contraditórias de uma grande mística e de uma sábia organizadora. Confiando na divina Providência, com ofertas da população e de sua família, reconstruiu desde os fundamentos da igreja até o mosteiro.

A vida interior da Beata Mattia se modelou sobre a Paixão do Senhor. Por muitos anos todas as sextas-feiras sofreu dores e numerosos arroubamentos. Foi uma mulher de governo que as virtudes contemplativas unia às virtudes práticas. Se manteve também em contato com o mundo, sabendo dizer uma palavra de consolo, ajuda e exortação aos muitos que ajudava na medida das possibilidades e ainda a indigentes e pobres. Um menino estava a ponto de morrer como conseqüência de uma queda. A mãe, desesperada, o levou à Beata Mattia que, depois de rezar o tocou com a mão e o restituiu são e salvo à sua mãe. E se contam dela muitos outros prodígios.

Em 28 de dezembro de 1320, depois de ter exortado e abençoado pela última vez a suas queridas co-irmãs, morreu serenamente aos 85 anos, deixando atrás de si uma doce recordação, que logo se transformaria em culto, o qual confirmaria Clemente XIII, ao beatificá-la em 27 de julho de 1765.
Corpo incorrupto e os traslados.

. Quando Mattia morreu, um amplo raio de luz envolveu seu corpo, iluminando todo o convento. Ela desprendia um perfume de incrível doçura, que enchia o ar ao seu redor. Isso correu entre o povo e seus compatriotas foram contemplá-la mais uma vez para cortar pedaços do tecido de sua túnica. Ocorreram muitos milagres e muitos enfermos se curaram. Ainda que a opinião fosse contrária, as irmãs acharam mais prudente enterrá-la num local distanciado, mas o povo protestou e pediram que a colocassem num lugar mais acessível, onde todos pudessem expressar sua devoção.

Primeiro translado
. As irmãs, então, pediram às autoridades religiosas permissão para exumá-la, sob a direção de um médico de Camerino, o Dr. Bartolo. Dezoito dias depois da sua morte, o corpo de Mattia estava incorrupto e exalava suave perfume. Dr. Bartolo, segundo o costume da época, quis embalsamá-la, mas ao ver que, ao primeiro corte, saía sangue líquido em abundância, se deteve e exclamou: "Que milagre é este! Creio que nunca se viu a um corpo morto sangrar tão abundantemente como se estivesse vivo, depois de ter sido enterrado tantos dias. A esta podemos chamar realmente santa, pelos milagres que fez em vida e, Deus o queira, fará depois de morta".
. Dali o corpo de Mattia foi colocado em uma elegante urna, ao lado da epístola do altar maior, um pouco elevada do solo, com uma grade frontal.

Segundo translado
. Ao longo de dois séculos, sua fama estendeu-se além dos limites da sua cidade e um número cada vez maior de peregrinos vinham de todas as partes para render homenagens. Em 1536, com o fim de dar-lhe um lugar de maior privilégio em sua igreja, se trasladou a urna de Mattia de sua posição original.

Terceiro translado
. Em 22 de dezembro de 1758 a colocaram sob o altar de Santa Cecília, que é o atual altar lateral direito da Igreja. Seu corpo incorrupto permaneceu sempre em sua igreja, desde 15 de janeiro de 1320, com exceção de poucos dias, de 6 de outubro a 31de dezembro de 1811, quando a soldadesca napoleônica o sacou sacrilegamente de seu altar e o levou a Macerata. Naquela ocasião esteve exposto à intempérie, pelo que a umidade e outros elementos nocivos puseram em marcha um processo de deteriorização. Em 1973, o Pe. Antônio Ricciardi, OFMConv., ocupou-se do delicado trabalho de desinfecção e conservação do corpo da Beata, pondo fim ao processo destrutivo e evitando danos posteriores a sua carne e a seus ossos. Por último, a Beata Mattia foi colocada em uma urna nova e mais bonita.

O humor sanguíneo - pesquisas
. Em 1536, durante o segundo traslado, começou a brotar do corpo de Mattia um suor avermelhado, que as clarissas trataram de secar em vão com panos de linho. Seu corpo e suas relíquias ainda emitem dito líquido.
. Em 1756, 437 anos depois de sua morte, se abriu a causa para um reconhecimento legal, e um suave perfume se desprendeu de seu corpo ainda incorrupto. Em 1758, durante o terceiro traslado, a Beata Mattia suou de novo sangue, empapando muitas toalhas. Seu corpo foi examinado mais de uma vez nos anos seguintes, porém, sempre na presença de autoridades eclesiásticas e médicos forenses. Em cada ocasião o fluido sangüíneo impregnou toalhas, trapos e inclusive a touca de Mattia e seu hábito. Estes preciosos panos, empapados de seu humor sanguíneo e cortadas em pedaços minúsculos, ainda se distribuem como relíquias. E de suas manchas já secas, algumas vezes brotou o líquido avermelhado.

. O Instituto de Medicina Legal da Universidade de Camerino atestou em 1972 que "as manchas presentes nos restos, com toda certeza, são de sangue, um pouco envelhecida".
Milagre recente - cura de câncer
. Em 1987 constatou-se a cura milagrosa de um farmacêutico e doutor napolitano, Alfonso de D'Anna. O diagnóstico do Instituto Pascal de Nápoles, confirmado pelo Instituto Nacional de Tumores de Milão, era carcinoma, um tumor maligno. Em 6 de março de 1987 tinha que iniciar o tratamento de quimioterapia, porém a Beata Mattia apareceu em sonhos à senhora Rita Santoro, da ordem Franciscana Secular e Ministra da Fraternidade de Santa Maria Francisca de Nápoles. A senhora Rita então não conhecia o Dr. D'Anna, porém, a Beata Mattia lhe proporcionou informações detalhadas, para que pudesse identificá-lo. A senhora Rita tinha que dar-lhe uma de suas relíquias e o azeite bento de sua lâmpada, que arde sempre em seu convento, e que as clarissas oferecem aos fiéis em pequenos frascos.

. Em 7 de março de 1987, o Dr. Alfonso D'Anna dirigiu-se à sua farmácia, para retomar o trabalho. As revisões periódicas estiveram precedidas, muitas vezes, por um forte odor de jasmim, como havia predito o sonho, e confirmaram a incrível e completa cura do Dr. D'Anna.
. A última revisão, um TAC realizado no hospital Cardarelli de Nápoles, confirmou a perfeita ventilação de seus pulmões e a ausência de lesões tumorais.
. Toda a documentação foi posta à disposição das autoridades eclesiásticas, a fim de proceder a canonização da Beata Mattia.

Referências bibliográficas: http://www.corazones.org e http://www.fratefrancesco.org - Tradução do original em espanhol por Página Oriente.com Milagre recente também em: http://www.firponet.com/francesco/servants/BeataMattia/Fran_serv_Mattia_ita.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário